quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Eis que surge o homem...

Hoje pela manhã, vi um bem-te-vi. Ele não cantava, mas tinha o corpo amarelo e a mesma faixa branca na cabeça como todos os outros. Ele não cantava... Ele estava imóvel, ele havia morrido. Passei a pensar no real sentido da existência, a partir disso. Todos morrem. Por conseguinte, todos vivem para morrerem bem. Mas isso só vale para seres humanos... Os animais vivem para viverem bem. Aquele pequeno corpo inerte no chão me ensinou mais do que qualquer corpo móvel deste mundo. Como é bela a natureza!


Mas eu fiquei pensando, meio que involuntariamente, se a família daquele ser não teria sofrido com sua partida.  Fiquei indagando a mim mesmo sobre o porquê de o deixarem ali, sozinho, para ser pisoteado por qualquer um, ou ser estraçalhado por cães, gatos, e afins. Fiquei pensando, pensando, pensando, até que cheguei a uma simples conclusão. A natureza, além de bela, é sábia. O bem-te-vi, que ali no chão estava, servirá de alimento aos pequenos seres da terra, e à própria terra. E a terra se tornará profícua, e nela crescerão plantas, verdes em meio ao cinza do asfalto.

Mas eis que surge o homem. A espécie homo sapiens, dita a mais esperta do planeta, não é tão sabia assim. Ainda nem encontrou uma forma de se sustentar sem destruir. Mas a natureza, essa mãe, é bela, sábia, e se regenera, desde que não alguém não interfira. Eis que surge o homem...


Guilherme Ferreira Aniceto

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