segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Desculpe-me, é política

Quero falar de algo que me afeta diretamente. Algo que afeta meus amigos, que afeta minha família, que afeta a todos nós. Quero falar de política. Sim, política. Desculpe-me, mas é necessário. Afinal, imagine viver num país sem governo. É como um trem desgovernado, um navio a esmo no mar, um avião em turbulência, um carro sem freios, ou um cavalo manco. É um meio de transporte de riquezas e pessoas que não cumpre seu papel de forma adequada. Um país sem governo é uma bagunça só.

Quem diz que não gosta e não se interessa por política, acaba governado por quem gosta não só de política, mas de dinheiro também. O ser humano é ambicioso por natureza. Se nos deixamos controlar por alguém ganancioso, corrupção é inevitável. Sabemos de cada passo de nossos políticos. Sabemos que roubam na maior naturalidade, com a cara mais lavada do mundo e depois vêm pedir votos. Sabemos também que esses carniceiros saem ilesos de cada acusação. Mas somos um povo desmemoriado, ninguém se lembra de quatro anos de roubalheira diante de uma urna eletrônica.

Muitos estufam o peito e gritam: “Meu voto é nulo, ninguém é bom mesmo.” A começar pelos eleitores inconscientes, realmente, não há ninguém bom o bastante. Eleitor que anula o voto é eleitor nulo. Queremos mesmo fazer parte de um país no qual não somos ativos? De que adianta cobrarmos de políticos a ética, o compromisso com o dinheiro público e com suas promessas de campanha, se nem ao menos nos damos o trabalho de analisarmos as propostas, com pensamento crítico do qual todos somos capazes, e votarmos conscientemente?

Entristece-me um pouco quando me dizem que políticos são todos iguais. Não, eles não são. Costumo comparar a política a uma grande banca de maçãs numa feira livre. Cada maçã é um candidato, cada cliente um eleitor. Cada eleitor escolhe seus candidatos. Alguns escolhem qualquer candidato, e levam para casa maçãs podres. Alguns escolhem maçãs podres e maçãs sadias e, ao colocá-las juntas na fruteira, todas apodrecem. O ideal é sempre escolhermos maçãs sadias, todas elas! No entanto, os clientes, na pressa e na ignorância, levam qualquer maçã, ou não levam nenhuma, na desculpa de que todas elas estão ruins, sem se darem o trabalho de procurar por maçãs sadias. Procuremos as boas maçãs! Elas estão aí, sim, são escassas, mas existem!

Guilherme Ferreira Aniceto