quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nós de Garganta

Que Deus me ajude a enfrentar cada dificuldade dessa vida que escolhi, desse "eu" que eu descobri que sou. Não é fácil dividir uma vida em duas, três, quatro, milhões de partes iguais. Certos momentos exigem esforço demais, cansaço demais para conquistas aparentemente impossíveis.

Espero poder contar com amigos caso precise, com a família caso necessite, e com o amor, a essência de tudo.

Mas uma coisa de que sinto falta é o pequeno "eu" que só sabia estudar, brincava só o necessário, ou nem brincava. Eu sinto falta da minha infância, do poder reconfortante que tinha o abraço de minha mãe, do qual só posso provar uma vez por semana agora. Eu sinto falta de poder chorar sem medo de não conseguir sorrir novamente. Sinto tanta falta de tanta coisa que eu tive, outrora, e agora parece perdido no inconsciente do destino.

Tantas mudanças, tantos desafios cada vez mais novos e complexos. Queria poder encontrar paz em algum lugar, um aconchego de lar, na pureza de um simples "deitar-se olhando pro nada".

Nada faz sentido, nem o sentido que a vida parece ter faz sentido. O futuro tão incerto quanto um borrão na minha visão, nesses olhos míopes que se esquecem por vezes de seus óculos. Deixei minha visão no passado. Queria poder voltar e recuperá-la, poder tê-la cristalina novamente.

São tantos nós na garganta que já desisti de desatá-los. A vida segue, empurrada feito um animal machucado, rastejando pelo chão, não suportando o próprio peso.

Destino, acorda que eu quero vê-lo bonito de novo. Quero a tranquilidade com que sonho toda noite. E quero ver as lágrimas escondidas por detrás de minha armadura jorrarem e se tornarem meu refúgio.

Guilherme Ferreira Aniceto