sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Calor do momento

- Foi no calor do momento! - Era o que dizia, era com que se desculpava, com que tentava fazer esquecer das palavras ditas - Eu nunca quis machucá-lo, eu nunca quis perdê-lo.

Ora, se não querias perder-me, por que deixou que assim fosse? Por várias noites, devido a tua falta de jeito com as palavras, me esqueci de amar a mim mesmo, verti lágrimas cada dia mais amargas. Não, eu não quis perder-te também, mas assim foi. Deve ser assim mesmo quando se trata de amor platônico. Um arrítmico batimento em troca de um peteleco no pé do ouvido, um tapa no lado direito do rosto e um beijo no esquerdo.

Não te esqueças de que o mundo dá voltas. Já deu tantas depois do ocorrido, que hoje já me encontrei comigo mesmo, e com alguém merecedor de amor, alguém que sabe o que dizer, e diz o que tem que ser dito.

Diga-se do dia em que eu vi um amigo se esfarelar, feito areia entre os dedos, e ouvi apenas um "eu te amo, e estou aqui contigo", que me apaziguou. Diga-se ainda do dia em que eu perdi o rumo porque eu não sabia fazer coisas que pensei saber, e apenas ouvi um "eu te amo, e te ensino". Amor mesmo é assim.

Amor mesmo é aquele que temos todo dia, o dia todo, por perto e por dentro. É uma espécie de amigo com privilégios. Um amigo que ouve os segredos e guarda, que confia e se faz confiar, que troca confidências e o mais importante, que dá carinho, afeto, faz cada momento um pedaço da eternidade no paraíso.

Guilherme Ferreira Aniceto

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