quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Natal de Jorge e Joana


Jorge e Joana acordaram animados naquela manhã. Dia 24 de dezembro é um dia que promete, sempre. Claro que ele esperava ganhar presentes. Mas ela, esperava ganhar presenças. Joana não via sua família há tempos. E não recebia um abraço do marido há alguns meses também. Suspeitava de traição, ou de que ele não mais nutria o amor que os havia unido. Ela tinha esperança de que a magia da data o fizesse relembrar do amor.

Joana passou o dia tentando alcançar Jorge. Fez o café da manhã, o almoço e a ceia com todo o capricho e do jeito que ele gostava. Aproveitou que nenhum dos dois trabalharia naquele dia para torná-lo agradável, um dia para os dois curtirem juntos. Jorge, ansioso, só pensava nos presentes que pela manhã receberia.

Papai Noel não apareceu, encontrou a chaminé entupida com a falta de diálogo e com a frieza. Joana deixou o marido naquela noite e foi para a casa da mãe. Ganhou as presenças que queria. Jorge, sozinho na manhã seguinte, correu aos pés da árvore de natal na sala. Nada, além de um bilhete, o esperava:

Estou na minha mãe.
Com amor,
Joana.

Que a magia do Natal nos faça perceber que o maior presente já nos foi dado. É nossa família a maior das riquezas. É pelo amor que vale a pena esperar. E são as pessoas os embrulhos mais bonitos.

Que depositemos aos pés das árvores de natal e dentro das meias penduradas nossos melhores sentimentos; e que nossos votos sejam pelo amor e pela união, pela solidariedade e pela amizade. Que deixemos de reclamar no ano que começará, e passemos a valorizar aqueles que nos fazem bem.

Que não nos tornemos Jorges, que valorizemos o amor e o diálogo em nossas vidas, nessa e em todas as outras épocas do ano.

Guilherme Ferreira Aniceto

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